sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Conhecendo a iniciativa do Centros de Triagem da Associação dos Catadores de Materiais Recicláveis de Porto Alegre.

Este centro teve início em 1998 por iniciativa da líder comunitária Assistente Social Sra. Sônia, na gestão do então prefeito Tarso Genro (do Partido dos Trabalhadores). Os resíduos são recolhidos e encaminhados pelo DMLU (Departamento Municipal de Limpeza Urbana) através de convênio da coleta seletiva de lixo realizado pela prefeitura municipal de Porto Alegre.
No início, o projeto comportava 120 catadores que pertenciam a grupos de moradores de rua, chegaram a quase 250 participantes nas primeiras reuniões. Regras foram definidas, e toda uma vila foi erguida para abrigo dessas pessoas. Haviam 60 pessoas que lá trabalhavam, atualmente com apenas 20 acarretando num pátio cheio de lixo a ser separado. Esse número de trabalhadores reduziu devido a um fator culminante, o medo, provocado pelos conflitos internos ocorridos no vizinho ao lado, na casa de passagem da prefeitura, que devido ao seu abandono pela atual administração pública é freqüente brigas e tiroteios devido ao tráfico e uso de drogas. Sem a presença da prefeitura nessa casa de passagem, sem ações de vigilância sanitária, vacinação contra doenças infecciosas, atendimento médico, desinfecção periódica da área, ronda policial, elementos de apoio, prestação de serviços e controle que havia nas administrações anteriores acarretou no aumento do tráfico de drogas, da violência e a conseqüente evasão de mão de obra tão importante e necessária para o centro de triagem.
A coordenadora detalhou a evolução do centro enquanto narrou a deterioração da sociedade, quanto ao consumo de drogas e as conseqüências que isso acarreta ao centro de triagem e à própria sociedade. Quanto aos ex-colaboradores deste projeto, muitos preferem as ruas, pela facilidade no contato com as drogas, a ter um trabalho digno dentro da Associação.
Em visita ao Centro de Triagem da Associação dos Catadores de Materiais Recicláveis do Movimento dos Moradores de Rua, recebidos pela Sra. Sônia Mesquita, idealizadora e coordenadora do local explica o local, composto por um grande galpão coberto logo na entrada a esquerda, equipado com três prensas para conformação dos fardos, uma máquina flocadora de isopor. Onde se armazenam os materiais já separados que serão encaminhados para reciclagem, os fardos de papel, papelão, bags de papel picado, pilhas de jornais e revistas devidamente separados por cor e tipo de papel, também materiais de demolição em bom estado. Por não comportar todo o material separado no galpão o excesso foi depositado a céu aberto deixando livre apenas a circulação e o espaço para carga, são vários bags com: copos plásticos, plásticos leitosos, PETs transparentes, PETs verdes, uma área com peças plásticas ou metálicas ou parte de equipamentos que não se destinam a reciclagem, trata-se mesmo de um depósito de entulho. Ao fundo existe uma ampla área contendo espaço para o descarregamento da coleta seletiva, grandes quantidades de lixo para a pré-triagem. No primeiro plano do terreno grande parte ocupada por lixo comum, ao fundo montanhas de isopor seco, um outro galpão para realização da triagem fina, com três mesas onde todo o lixo pré-triado é “garimpado”, parte vai para a reciclagem e a parte não aproveitada vai para o rejeito, em contêineres que vão para os lixões de fato. Existe também um espaço para administração, com biblioteca montada a partir de livros retirados do lixo e servem a comunidade de catadores.
Além da concorrência direta dos catadores de rua ilegais, há grande dificuldade em recolher o papel branco que apesar da baixa seu preço ainda tem bom valor comercial, segundo a coordenadora, existe um projeto ou lei federal que obriga as empresas estatais a comercializarem papel apenas com os centros de triagem regulamentados. Outro problema com o papel é que ao serem picados em tiras não se consegue produzir um bloco compacto, as tiras se soltam dos fardos dificultando sua conformação, armazenamento e transporte. Com o isopor tem se grande valor comercial, “valendo seu peso em ouro”, após flocado é vendido para empresas que manufaturam almofadas, pufes, estofados, molduras e brinquedos.O GANHA PÃO

Continuar recebendo as cargas de lixo da coleta seletiva requer o cumprimento de regras estabelecidas pela prefeitura, como separar determinado resíduo mesmo não tenha valor comercial algum.
Cada tipo de resíduo tem seu valor diretamente ligado à demanda: garrafas de vidro - inteiras, cada uma vale R$ 0,12 (doze centavos); vidro em cacos - container com uma tonelada vale R$0,04 (quatro centavos); isopor flocado - 1Kg R$ 2,00 (dois); Latas, ferro todos são vendidos diretamente a Gerdau; plásticos leitosos – o fardo R$1,30 (um real e trinta); pet – o fardo R$ 1,10 (um e dez); papel branco – 1Kg R$0,50 (cinqüenta centavos); jornal – fardo R$ 0,02 (dois centavos); revistas, guias telefônicos, encartes de jornal – 1Kg R$0,12 (doze centavos); chapas de raios-X atualmente não tem muito valor.
Bandejas de isopor, lâmpadas florescentes, óleo de cozinha, pilhas e baterias vão para o lixão. Uma empresa de Santa Catarina demonstrou inicialmente interesse por refrigeradores e geladeiras para fabricação de barcos, mas desistiu em função da grande distância, elevando o gasto com frete. Agora, as geladeiras estão sendo utilizadas para armazenar garrafas inteiras e como barreira para isolar o centro de triagem do cortiço que se formou no que deveria ser uma casa de passagem controlada pela prefeitura.

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

RE - CRI - ATIVISTAS

Nós, RE-CRI-ATIVISTAS, buscamos aqui tratar assuntos relacionados a eco-design e supostas atividades que vem sendo utilizadas visando divulgar a idéia de ecologia e sustentabilidade.
Quantos de nós já passamos em frente de casas, condomínios e ficamos perplexos com a quantidade de matéria prima jogada na rua ainda em perfeitas condições de uso sendo encaminhadas ao lixão? Alguns de nós buscamos resgatar esses materiais, mesmo que inconscientemente, tentando aumentar o ciclo de “vida” desses “lixos”. A idéia do resgate sempre foi utilizada por pessoas de classes mais necessitadas, que não se importam em consumir o mais novo lançamento do ano que foi descartado. Mesmo não pensando nas conseqüências positivas que seu ato gerou à sociedade, vão elas felizes para casa levando seu mais novo bem de consumo recém adquirido no “mercado livre”. Pois bem, aos mais conscientes então, surgiu a necessidade de dar vida nova ou simplesmente cara nova a esses objetos. Preocupados com as conseqüências frente a questões de agressão ao meio ambiente e melhores condições de vida às futuras gerações. Notamos uma crescente inquietação no que se refere à ecologia e sustentabilidade, que em décadas passadas não estavam sendo relacionadas aos graves problemas ecológicos enfrentados agora.
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