quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Afinal, quem lucra com as sacolas alternativas?

Depois que a designer inglesa Anya Hindmarch lançou a sacola “i’m not a plastic bag” (eu não sou uma sacola de plástico), muita gente aderiu ao hábito , simplesmente para estar em dia com a moda. Muitas empresas perceberam que estas bolsas estão virando moda e passaram a produzir, também, suas sacolas. É óbvio que há uma expectativa comercial ao explorar o tema ecológico. É inegável que vender produtos que não agridam o ambiente é uma atitude muito importante para a natureza, além de funcionar como propaganda para a empresa.

Esta é a crítica de muitas pessoas à atitude dos lançadores das sacolas: que visam apenas ao lucro e nós, ingenuamente, acreditamos que o objetivo de tais empresas é mostrar sua responsabilidade ecológica. Acredito que, independentemente de quais forem os objetivos das empresas, o importante é que, já que querem ganhar dinheiro, pelo menos ofereçam alternativas de produtos que não agridam o meio ambiente.

Mesmo com o crescimento da consciência ecológica, muitos ainda não assimilaram que pequenas mudanças no seu dia-a-dia são imprescindíveis para beneficiar o meio-ambiente. Alguns supermercados já usam estratégias para convencer a população a levar sua própria sacola e reduzir o uso do produto. Há lojas que vendem as sacolas alternativas para os clientes colocarem as compras, mas continuam oferecendo as sacolinhas de plástico. Obviamente, poucos compram uma sacola alternativa, se podem levar as que são grátis, e sem limite de quantidade.

Em Olinda, no Recife, já há supermercados que oferecem caixas de papelão aos clientes, em vez de sacolas plásticas. De acordo com a gerência de um dos estabelecimentos, para disponibilizar as sacolas aos clientes, o supermercado teria de gastar R$ 30 mil por mês, mas, reaproveitando as caixas de papelão, não gasta nada.Em uma locadora do Centro do Recife, os clientes só levam os filmes para casa em saquinhos de TNT. A novidade por lá, também já está chegando às lojas dos shoppings. Há lojas em que o modelo antigo, de plástico, está sendo substituído aos poucos por bolsas feitas de juta. “A principio é uma promoção da loja, mas a longo prazo, a idéia é substituir todas as sacolas de plástico por bolsas de juta”, informa Thiago Cavalcanti, gerente de uma das lojas.

Todos sabemos que o problema de desperdício de sacos plásticos é muito grave. Embora algumas pessoas aleguem que usam as sacolas para colocar o lixo, muitas têm o péssimo hábito de jogá-las nas ruas e nas praias. Talvez, se a cobrança das sacolas nos supermercados fosse obrigatória, as pessoas passariam a vê-las como um artigo valioso e não as desperdiçariam. Seria interessante se as lojas e os mercados oferecessem sacolas de outros materiais como brinde, de modo a estimular os clientes a trazê-las nas próximas compras.

Se não queremos dar lucro ou fazer propaganda para as empresas que vendem as sacolas alternativas, então, façamos nossa própria sacola. Eu tenho duas: uma de lona e outra de plástico. Há os modelos de linha ou de pano, dobráveis, que cabem em qualquer bolsa. Já se tornou um hábito, para mim, colocar meus produtos diretamente dentro da bolsa (uso as grandes), recusando as embalagens plásticas, quando vou à farmácia ou ao armarinho.

Não podemos, não devemos, absolutamente, nos negarmos a adquirir o hábito de carregar a própria sacola de lona, tricô ou pano às compras . Esta é uma atitude altamente ecológica de amor à natureza. Afinal, quem lucra com as sacolas alternativas? Quem leva o lucro maior, com certeza, é o Planeta.

Fonte:
Sturm und Drang
Site: http://drang.com.br/blog/por-que-sou-drang/

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